Prof. Carlos Garcia Puente (Argentina) Endodontia Mecanizada: Rotatória x Oscilatória
O Prof. Carlos Garcia Puente (Universidade Maimonides. Buenos Aires – Argentina) abordou alguns dos novos recursos disponíveis para o preparo mecânico do sistema de canais radiculares principalmente em relação aos novos sistemas que sugerem a utilização da lima única com uma cinemática diferente da rotatória, a recíproca ou oscilatória.
O professor fez um breve resumo da evolução dos materiais e técnicas utilizados para esse propósito desde a introdução das ligas de niti, inicialmente manuais, passando pelas limas rotatórias até chegar nas oscilatórias. Mostrou além da parte conceitual, alguns trabalhos que têm sido realizados e que abordam as características mecânicas e metalúrgicas desses novos instrumentos bem como outros que começam a surgir para demonstrar a aplicação clínica dos mesmos.
Prof. Carlos Estrela Como obter o êxito em endodontia.
O fator mais representativo no combate aos microrganismos não se restringe àqueles presentes na luz do canal principal, mas, principalmente, aos residentes no interior dos túbulos e ramificações dentinárias. Deve-se considerar que a anatomia interna é extremamente complexa, muitas vezes inacessível à ação mecânica do instrumento endodôntico, o que impõe, nestas ocasiões, uma efetiva ação antimicrobiana e neutralizante, acompanhada pela dissolução tecidual, proporcionada pela substância química em associação com a medicação intracanal. Por conseguinte, a medicação intracanal constitui indicação precisa em diferentes situações: manutenção do saneamento conquistado durante o preparo químico-mecânico em condições de vitalidade pulpar; controle de microrganismos que resistiram à fase do preparo de canais infectados; controle de reabsorções radiculares; tratamento de lesões periapicais extensas; apicificações; e perfurações. Atualmente, o hidróxido de cálcio é a medicação mais empregada, discutida e estudada, e sua consagração foi observada a partir das provas das pesquisas e do tempo. Diversos estudos mostraram um efeito específico dos íons hidroxila nas bactérias Gram-negativas, os quais poderiam hidrolisar o lipopolissacarídio presente, degradando o lipídio A e, consequentemente, neutralizar seu efeito residual posterior à lise celular.
Prof. Dr. Alexandre Câmara Sistema WaveOne: Uma revolução no preparo do canal radicular
A liga M-wire NiTi foi introduzida por um processo de tratamento térmico. Essa liga de NiTi apresenta alta flexilibilidade e resistência à fadiga cíclica. A lima Wave One utiliza a cinemátrica recíproca rotatória, ou seja, oscilação com rotação. Sua espira é torcida no sentido anti horário, obrigando o motor a rodar também nesse sentido, diferente dos outros instrumentos rotatórios. A secção do instrumento é triangular convexa na base do instrumento, apresentando ângulo de corte mais agudo, com maior poder de corte. A ponta tem secção triangular convexa modificada, tendo menor poder de corte, apresentando mais massa e maior resistência à fratura.
Prof. Marco Versiani Do Diagnóstico à Obturação – Os limites impostos pela anatomia interna do canal radicular
O professor falou com muita propriedade sobre a importância do conhecimento da anatomia intrarradicular. Abordou o tópico desde o diagnóstico e acesso cirúrgico, fases da terapia endodôntica em que muitas particularidades anatômicas podem ser negligenciadas. Salientou também as dificuldades em se promover um completo preparo mecânico, isto é, em se obter uma instrumentação dos canais radiculares envolvendo todas suas paredes devido às limitações impostas pela anatomia, limitações estas que também se refletem na obturação do sistema de canais radiculares. O recurso da tomografia computadorizada foi bastante utilizado durante toda a palestra, conferindo o elevado nível da explanação.
Prof. Felipe Davini (Campinas) O que é considerado sucesso na atualidade?
Durante a apresentação foram abordados como fatores importantes para o sucesso, o conhecimento da anatomia, a desinfecção e o selamento coronário, além de um controle pós-tratamento tanto do aspecto radiográfico como clínico, assim como a necessidade de expor ao paciente os procedimentos realizados e o resultado final, afim de que o mesmo sinta a necessidade desse controle e que não seja submetido a críticas de outros profissionais não ambientados com o caso.
Prof. Daniel Kherlakian (São Paulo) Inovações Tecnológicas – Novas perspectivas em endodontia
Abordou de maneira clara, as aplicações clínicas dos novos materiais e equipamentos à disposição do endodontista. A tomografia computadorizada é um recurso precioso como auxiliar nos diagnósticos, reconhecimento e comprometimento nas estruturas dentais e faciais. A microscopia operatória em conjunto com aparelhos e insertos ultrasônicos resultam em tratamentos conservadores e precisos, ampliando o prognóstico de sucesso. Fez referências aos novos sistemas de instrumentação endodôntica, tanto no sistema rotatório como no movimento reciproco, onde instrumentos com novos designs e cinemáticas, proporcionam um preparo endodôntico rápido, seguro e prático. Enfatizou a necessidade de estudos posteriores para avaliação de resultados, mas que aliados ao conhecimento das ciências básicas, as inovações tecnológicas disponiveis ao endodontista resultam em tratamentos endodonticos previsíveis com alto grau de sucesso.
Prof. Marcus Vinicius Reis Só (Porto Alegre) A Eficácia de diferentes métodos na remoção da guta-percha e diferentes cimentos durante o retratamento endodôntico
Atualmente o clinico/especialista, ainda com o auxílio de diversas técnicas e equipamentos, enfrenta uma árdua tarefa durante o retratamento, principalmente no que tange a remoção total do material obturador . As pesquisas mostram que mesmo com o emprego de vibração ultrasônica muitos resíduos permanecem em regiões de ístmos, túbulos dentinários com maior frequência na região do terço apical. Isso não é diferente quando observamos a dificuldade da remoção de medicações intracanais do interior do sistema de canais radiculares. Um outro problema ainda presente no momento dos retratamentos endodônticos é a utilização de solventes, que podem ser empregados em alguns casos como uma manobra auxiliar, porém o que tem sido mostrado nos trabalhos de microscopia electrônica de varredura é que a smear layer formada após sua utilização é de difícil remoção.
Público presente no evento coordenado pela Prof.ª Dra. Flávia Abe
Imagens do pré-encontro: Carlos Garcia Puente, Arnaldo Alves Pereira Jr., Luciano Scarparo, Alexandre Zaia, Pedro Martins, Manoel Eduardo de Lima Machado e Carlos Bueno
Augusto Kato, Manoel Eduardo de Lima Machado (Presidente da SBEndo), Andressa Pais (Coordenadora do curso de Endodontia Leopoldo Mandic – Vitória – ES), Alexandre Zaia (UNICAMP) e Carlos Garcia Puente (Universidad Maimónides – Buenos Aires – Argentina)
Vídeoconferência: Rodrigo Sanches Cunha – Direto do Canadá
Prof. Daniel Kherlakian recebendo cumprimentos do Prof. Augusto Kato pela palestra “Inovações Tecnológicas – Novas perspectivas em Endodontia”
Prof. Marcus Vinicius Reis Só (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) recebendo cumprimentos do Prof. Carlos Eduardo Fontana pela palestra sobre “A Eficácia de diferentes métodos na remoção da guta-percha, hidróxido de cálcio e diferentes cimentos durante o retratamento endodôntico”
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